Quando pensamos que estamos antecipados ao comparecer no Minas Trend Preview, no SPFW e outras semanas de moda em março, para ver as tendências do verão, enquanto acabamos de lançar o inverno, estamos muito enganados… Antecipação mesmo é o que acontece mais de três anos antes do produto chegar até o consumidor final.

Com a geração hiperconsumista, hipertecnológica e hipercomunicativa, cada vez mais a moda precisa antecipar-se para não errar nas tendências que precisam virar moda e atingir o principal objetivo da cadeia: o comercial.

Por isso a indústria da moda é regida por um cronograma que é seguido por toda a cadeia produtiva e acompanhado das pesquisa de tendências (redutores de incerteza).

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Pesquisa de fibras e filamentos têxteis naturais, artificiais e sintéticos, ilustrados por grandes complexos químicos e petroquímicos. Estas empresas se reúnem com 36 meses de antecedência para traçar metas estéticas e comerciais, ou seja, a pesquisa de tendências, baseadas em observatórios de sinais, condições sócio-econômicas etc.

A cartela de cores, os tecidos, as combinações cromáticas são definidas de 2 a 3 anos antes e logo depois vêm as tendências de criação. Através dessas tendências, os estilistas criam suas coleções que são divulgadas nos desfiles e semanas de moda. Em seguida as lojas, boutiques e magazines realizam seus pedidos.  As mercadorias chegam nessas lojas, 3 a 4 meses antes do início da estação, coincidindo com o lançamento de tendências publicado nas mídias direcionadas ao consumidor final.

Podemos dizer que é exatamente o que está acontecendo agora: Estamos lançando a coleção primavera-verão nas pronta-entregas, em breve as roupas estarão nas vitrines das lojas e nos sentimos ainda no ápice do inverno. Quanto tempo falta para iniciar a primavera? Aproximadamente 3 meses! E o verão nem se fala…

Assim, pela regra, a  moda chega ao desejo do consumidor.

Esse sistema iniciou-se com o surgimento do Prêt-à-Porter (confecção em massa) de qualidade, consequência do desenvolvimento do mecanismo industrial da moda, seguido do final da Segunda Guerra Mundial, quando essa indústria precisou otimizar seu processo de produção devido à escassez de recursos.

Isso diminuiu a alta costura, pela qual o costureiro era o principal percursor e criador de moda e assim surgiu o profissional do estilista industrial, o qual não assina suas criações, mas adapta as tendências ao estilo da empresa para a qual trabalha. Surge com ele também a figura de consultora de moda, os birôs de estilo e os salões profissionais, tudo isso na década de 50.

Atualmente estamos passando por um momento de mudanças, onde o sistema de moda vem sendo cada vez mais liberal e ouvindo mais o consumidor, que passa a ser o foco principal da pesquisa  de tendências. Ou seja, o moda está cada vez mais, saindo das ruas para as passarelas, são os tempos hipermodernos e a auge do Fast Fashion.

 

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